Precisamos, sim, falar sobre política!
Precisamos, sim, falar sobre política! Como não podemos falar política representando um setor que dialoga e permeia diferentes instâncias do Estado e que, inclusive, as
Como não podemos falar política representando um setor que dialoga e permeia diferentes instâncias do Estado e que, inclusive, as decisões dessas instâncias afetam diretamente a vida dos nossos beneficiários?
Quase todo o universo sabe que a minha formação é em Gestão Pública, onde pude viver quatro anos indiscutivelmente transformadores na UFMG. Costumo dizer que existe uma Maria Letícia antes da UFMG e outra após essa passagem. Ainda que eu tivesse escolhido o curso porque era o único à noite que me chamou atenção e eu precisa trabalhar durante todo o dia, eu jamais teria feito escolha melhor. Levo todas as minhas vivências e aprendizados com os professores mais maravilhosos que já tive (em especial, Marcus Abílio e Ana Karruz ❣️). No mestrado, minha paixão pela gestão pública permaneceu inclusive tendo um pedacinho dela como unidade de análise.
Fato é que eu me apropriei sobre alguns temas que são, na maior parte das vezes, tratados permanentemente de forma pejorativa. Em vários grupos que estou presente, discutir sobre política e seus infindáveis temas adjacentes (política pública, direitos humanos, eleição, cidadania, político e “bla bla bla”) se tornou proibido. As pessoas que iniciam alguma discussão sobre a situação caótica do país são rapidamente constrangidas com um “aqui não é espaço para falar de política”. Mas como assim? A gente vive a política, somos regidos e impactados diretamente pelas decisões políticas, e como assim não podemos falar sobre isso?
A minha maior inquietação, gatilho pelo qual estou agora me expressando, tem vindo de profissionais do Terceiro Setor que estão reproduzindo essa fala em seus espaços democráticos (?) de discussão. Enquanto Terceiro Setor, estamos diariamente investindo em indivíduos (cidadãos!) para buscar a manutenção da qualidade de vida dessas pessoas e do território. Enquanto Terceiro setor, temos como base fundamental uma abordagem orientada para o desenvolvimento social e prosperidade da sociedade. Enquanto Terceiro Setor estamos lidando com Conselhos (municipais, por exemplo) que são instâncias que consolidam a democracia por serem representações coletivas e que controlam políticas públicas. Como não podemos falar política representando um setor que dialoga e permeia diferentes instâncias do Estado e que, inclusive, as decisões dessas instâncias afetam diretamente a vida dos nossos beneficiários?
Não concordo em ser constrangida para não falar sobre política com o vizinho, imagina não falar de política e suas interdependências em espaços que simplesmente respiram a política e que, principalmente, em muitas vezes, representam o poder público (seja municipal, estadual ou federal) quando estão implementando políticas públicas por ele.
Precisamos parar reduzir a importância da política em nossas vidas. E, se somos privilegiados o suficiente para acharmos que a política não nos afeta, que possamos pensar nos nossos beneficiários que são constantemente massacrados pela falta de políticas públicas inclusivas.
Tem dúvida? Compartilha e bora conversar! 🤜🤛
Maria Letícia Vale | Gestora de Projetos Sociais
mlfrvale@gmail.com
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